Dificilmente trabalhamos ou pensamos nos espaços marginais da cidade como espaços de exploração arquitetônica. Existem inúmeros 'vazios' urbanos, às margens da nossa arquitetura. Do mesmo modo, pensar na idéia de condomínio nos traz a mente, imediatamente, duas questões, uma boa e outra nem tanto:
- as relações pessoais normalmente aproximadas entre indivíduos que vivem num mesmo condomínio,
- e a idéia de que esse 'sistema' de moradia deve ser unificado por uma organização territorial comum, o que gera, na maioria dos casos, o isolamento em relação ao restante da cidade.
Sendo assim, diversas unidades habitacionais iguais preencheriam os espaços marginais da cidade e mesmo dispersas por vários bairros formariam uma unidade no imaginário coletivo.
É importante entender o conceito 'marginal' utilizado aqui como espaços aparentemente em desusos na cidade contemporânea. São vazios urbanos, lugares pouco explorados ou ainda, sítios pouco ou nada consolidados, livres para construção. Alguns destes espaços podem até ser marginalizados, mas isso é uma característica externa ao conceito.
Por estarem dispersos entre o espaço 'sólido' da cidade, chamamos esses lugares ou não-lugares por assim dizer, de espaços-espuma, utilizando uma nomenclatura bastante discutida pelos colegas do Lia Espuma, da Universidad de la Republica no Uruguay. Na verdade os espaços-espuma estão entre o que está consolidado na cidade (sólido) e o que já está degradado, em termos edificavéis (líquido).
Projeto desenvolvido a partir da idéia original de Mariano Garcia.
